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Quebrando estereótipos: Mulheres moldando o futuro do controle de qualidade no Brasil e na Colômbia

14 Mar 2024

Brightest

This article is part of a series called "Stories of Women in Software Testing All around the World", launched on the 8th of March in a post with snippets from every interview. In the week from the 11th to the 15th, we will launch the complete interviews of all the women.


 

Esta entrevista foi feita pela Brightest a Larissa Rosochansky, Senior IT Global Leader - Portfolio & Demand Management na Mars.

 

Pode nos contar a história de como começou sua carreira em software de controle de qualidade e o que a motivou a seguir nessa área?

 

Em 2003 eu trabalhava de analista de negócios em uma indústria farmacêutica e fui afetada por um grande layoff. Nessa empresa, eu era o link entre negócio e o desenvolvimento, e validava se o que foi pedido estava sendo entregue corretamente, inclusive a identidade visual. Ao buscar outra posição, me perguntaram o que eu fazia, eu expliquei, e me disseram: isso é QA! Em 2004, eu vi uma vaga para analista de testes, em uma cidade do interior de SP e decidi me inscrever. Era para a IBM, na recente área criada de Testes, que estava começando a prestar serviços de testes para a IBM dos Estados Unidos. Na época, havia 15 pessoas lá. Entrei, fiz treinamentos que me ensinaram o que é testes formais, e me apaixonei. Crescemos, chegamos a mais de 300 pessoas, e eu ocupei na IBM toda as posições de testes, desde analista, team leader, test manager, consultora, até me tornar a head da área de testes, pensando na estratégia e venda dos serviços, ao longo de 14 anos. Testes se tornou meu segundo nome, minha paixão, e conheci meu marido, também profissional de qualidade, na IBM.

 

Refletindo sobre sua experiência, você poderia destacar um projeto ou uma realização da qual se orgulha particularmente?

 

Cada projeto me ensinou algo diferente. Acho que a coisa principal é o mindset de eterno aprendizado. Como analista e team leader, o projeto mais marcante foi um teste de uma solução de folha de pagamento que envolvia diversos países da América Latina, frontend en Lotus Notes, e backend Oracle Forms. Quando cheguei no projeto, percebi que os requisitos não estavam da melhor maneira possível, e que o front end nunca havia conversado com o back end... muitos meses depois, conseguimos ter uma solução de qualidade, com um cliente satisfeito. E, em espanhol! Na época, eu sabia apenas coisas básicas. Foi um aprendizado inesquecível! Como líder da área de testes, eu fiquei muito satisfeita com um desenho de solução que fiz com meu time de uma fábrica de testes usando todos os aceleradores mais inovadores, desde otimização de testes com pairwise, até prevenção de defeitos usando IA, na época muito incipiente. Esse trabalho envolveu muito aprendizado, muitas áreas, muito convencimento e inspiração até que as pessoas conseguissem enxergar as coisas na mesma perspectiva que eu, que era muito mais uma visão, uma inspiração, do que poderia ser. Quando assinamos o contrato, o sentimento de realização por ter levado todos a acreditar foi lindo!

 

Você enfrentou algum desafio ou dificuldade específica como mulher no setor de software de controle de qualidade?

 

Eu fui a primeira em muitas coisas na minha área... a primeiro ponto focal, a primeira gerente... e sempre quis trazer outras mulheres comigo. O principal desafio que percebi, foi a premissa que encontrei muitas vezes de que muitas mulheres trabalhando juntas gerava muito "barulho", e que era muita intriguinha. Também que éramos muito emocionais. Na sociedade patriarcal que vivemos, somos criadas para vermos outras mulheres como concorrência, e muitas vezes as intrigas eram por conta disso, e pelo ambiente predominantemente masculino, que nos instigava. Mas, ao evoluirmos como área, e tivemos mais mulheres crescendo nos papéis de liderança, percebi que a sororidade começou a falar mais alto, e as mulheres se ajudavam mais. Eu, como pioneira, muitas vezes fui considerada mais masculina que feminina, e minha assertividade vista como agressividade. Demorou anos para eu estar confortável em minha própria pele e, assim, poder ter a minha voz sem medo de ser mal-vista.

 

Quais são algumas das maneiras pelas quais a participação das mulheres no software de controle de qualidade pode melhorar a usabilidade dos produtos de software para uma gama maior de usuários?

 

As mulheres possuem um senso aguçado de empatia, e por isso conseguem se conectar muito mais facilmente às necessidades do usuário, e somos fortes os suficientes para lutarmos por essa visão. Além disso, quanto mais olhares diversos um produto possui, mais abrangente ele será. Existem muitas estórias de produtos criados por times predominantemente masculinos que, ao chegarem no mercado, falharam muito: software de reconhecimento de voz que não reconhecia a voz feminina, reconhecimento facial que não reconhece a pele negra, e muitos outros. Se uma empresa quer que seu produto seja usado por todos, seu time de desenvolvimento/QA também deve ter a mesma diversidade que seu público.

 

Como pode o setor evoluir para apoiar melhor o crescimento e o sucesso das profissionais mulheres?

 

Eu aprendi muito com mulheres maravilhosas que apareceram como líderes em minha vida. Elas serviram como um exemplo de que eu também poderia chegar lá, e que eu devo ter a minha voz, sem medo de usá-la. Ter role models, pessoas que podemos nos inspirar, é primordial para nos vermos em posições de liderança. Existe um gap de lideranças femininas, em todos os lugares. Aqui no Brasil, também se deve ao tempo que ficamos fora de licença maternidade, e a jornada dupla, tripla, que muitas vezes temos. Os homens também receberem a licença paternidade, para estarem junto com a mulher nesse momento, é um bom passo para evoluir a liderança feminina, assim como o entendimento que as mulheres podem agregar e muito a empresa, e que nosso estilo de liderança pode ser diferente, mas funciona da mesma maneira. Grupos de apoio para mulheres líderes, para trocas, e programas de aceleração de carreira para mulheres Top talent são excelentes maneiras de apoio às mulheres. Além da conscientização das mulheres de que fomos criadas em um ambiente patriarcal, mas isso não nos define.

 


 

The interview was done by Brightest with Maria Clara Choucair, Founder and President of HASTQB & CEO of Choucair Testing S.A..

 

Can you share the story of how you started your career in QA software and what motivated you to pursue this field?

 

I worked on a project with an American company, and from there I learned the field. I loved it because it allowed me to serve society through the digital assets that I intervened with the discipline of testing met their objectives, had no problems and I saw how users benefited from them in a better way.

 

Have you faced any unique challenges or struggles as a woman in the QA software industry?

 

We have faced many challenges, I started alone and today we are a company of 700 people. There are many company-building challenges.

 

Looking ahead, what changes or advancements do you anticipate in the QA software industry?

 

There are many changes coming in the future, specifically in the area of development, in how we build digital assets. And for that, we have to use the whole artificial intelligence topic and obviously know how to use it. We are going to have to learn a lot of mathematics and statistics and face solving problems of daily life with more formal topics.

 

How can the industry evolve to better support the growth and success of women professionals?

 

I invite women, specifically, so that we can venture into or continue to delve deeper into the topics of statistics, mathematics, and STEM in general, because, in addition to being a very fun topic to see how we solve society's problems more accurately, it generates a lot of welfare for society.